O reganho de peso é bastante comum em pacientes bariátricos, principalmente após os 2 primeiros anos de cirurgia. Muitos são os fatores que podem contribuir para isso, desde comportamentais a metabólicos, e vamos falar um pouco de todos eles.
A absorção de nutrientes modifica com a cirurgia
A cirurgia bariátrica intervém anatomicamente no trato gastrointestinal, levando a não só redução do volume e capacidade de ingesta alimentar, como também na capacidade de absorção de nutrientes. Por isso bariátricos necessitam de suplementação obrigatória de vitaminas e minerais.
De acordo com a técnica cirúrgica, algumas deficiências são mais comuns:
- Sleeve – ferro, tiamina (B1), folato (B9), B12, cálcio e vitamina D
- Bypass – Tiamnia (B1), folato (B9), B12, cálcio, vitamina D, vitaminas A, E e K, ferro, zinco, cobre e proteínas
- Mini by-pass – vitamina D, B12, folato (B9), zinco, cobre e albumina
Além da modificação anatômica, a cirurgia bariátrica modifica a flora intestinal, sendo comum seu desequilíbrio, a disbiose, o que também contribui para diminuição da absorção dos nutrientes.
Sinais e sintomas das principais deficiências nutricionais
- Ferro – anemia, fadiga, palpitações, unhas frágeis e com listras verticais, queda de cabelo, diminuição da capacidade cognitiva, dor muscular e baixa imunidade.
- Cálcio – formigamentos, câimbras, fraqueza muscular, osteoporose, dentes fracos, cabelos e unhas frágeis.
- Vitamina C – sangramento gengival, dores articulares, edema, fadiga, cabelos ralos e unhas quebradiças.
- Vitamina D – ansiedade, depressão, queda da imunidade, osteoporose, câimbras, fadiga, dor muscular, dores articulares e edema.
- Vitamina B12 – alterações de humor, unhas secas, fadiga, dor muscular, formigamento, dormências, tontura, diminuição da capacidade cognitiva, irritabilidade, letargia, memória ruim, psicose e intolerância ao exercício.
- Tiamina (B1) – formigamento, fadiga, dores musculares, câimbras, déficit de memória, dificuldade de concentração, edema em membros inferiores, náuseas, vômitos e constipação. Em casos mais graves pode causar Beriberi ou encefalopatia de Wernicke (confusão mental, alucinações e distúrbios de marcha).
- Vitamina A – dificuldade de enxergar com pouca luz, perda de paladar, dificuldade de cicatrização, acne, ressecamento da pele e da córnea, olhos secos, cabelos secos e unhas quebradiças.
- Vitamina k – sangramento gengival, dificuldade de coagulação, menstruação intensa, roxos na pele e osteoporose (mais tardio).
- Zinco – irritabilidade na pele, dificuldade de cicatrização, acne , queda de cabelo, unhas frágeis, infertilidade, impotência, baixa imunidade, perda de paladar, tonturas, dificuldade de concentração, memória ruim e diarreia (mais tardio).
- Cobre – anemia, cabelos frágeis, fraqueza muscular e baixa imunidade
- Folato (B9) – alteração na cor ou ulceração em pele, unhas ou mucosa oral, distúrbios gastrointestinais, anemia megaloblástica, língua dolorida, fraqueza, fadiga, dor muscular, formigamento, déficit cognitivo, memória ruim e dificuldade de concentração.
Como a deficiência de nutrientes leva ao reganho de peso?
O organismo precisa de nutrientes de qualidade e em quantidade adequadas para o seu funcionamento correto. Quando percebe que não está tendo nutrientes suficientes, irá buscar mais fontes: aumentando o apetite.
Além de aumentar o apetite, muitas vezes também aumenta a busca por alimentos mais calóricos e que forneçam fonte de energia rápida. Ou seja, aumenta a vontade por doces e alimentos com alto índice glicêmico, como pães e massas. Com isso leva a um maior consumo calórico, levando ao aumento de peso.
Por outro lado, vimos que muitas das deficiências cursam com sintomas como fadiga, dores musculares, e até intolerância ao exercício. Muitas vezes esses sintomas vão reduzindo as atividades físicas do bariátrico, muitas vezes o fazendo retornar ao sedentarismo.
Essa combinação de aumento do consumo calórico e redução da atividade física leva, muitas vezes de forma lenta mas constante, ao reganho de peso.
Qual a melhor forma de tratar as deficiências nutricionais?
Primeiramente, prevenindo que as deficiências ocorram. O uso de suplementação adequada, planejada de maneira personalizada para cada bariátrico, com avaliações regulares por medico e/ou nutricionista de suas dosagens, associado a uma alimentação equilibrada é a melhor forma de evitar as deficiências nutricionais.
Mas elas já estão instaladas, o que fazer? A reposição desses nutrientes!
E com toda certeza, devido aos fatores de má absorção que o trato gastrointestinal do bariátrico possui, a via parenteral, seja intramuscular ou endovenosa, é a que traz resultados mais eficazes.
Portanto, se você é bariátrico e está sentindo algum(s) desses sintomas, procure um profissional especializado, para melhor avaliação e tratamento adequado.
Como a deficiência de nutrientes leva ao reganho de peso?
O organismo precisa de nutrientes de qualidade e em quantidade adequadas para o seu funcionamento correto. Quando percebe que não está tendo nutrientes suficientes, irá buscar mais fontes: aumentando o apetite.
Além de aumentar o apetite, muitas vezes também aumenta a busca por alimentos mais calóricos e que forneçam fonte de energia rápida. Ou seja, aumenta a vontade por doces e alimentos com alto índice glicêmico, como pães e massas. Com isso leva a um maior consumo calórico, levando ao aumento de peso.
Por outro lado, vimos que muitas das deficiências cursam com sintomas como fadiga, dores musculares, e até intolerância ao exercício. Muitas vezes esses sintomas vão reduzindo as atividades físicas do bariátrico, muitas vezes o fazendo retornar ao sedentarismo.
Essa combinação de aumento do consumo calórico e redução da atividade física leva, muitas vezes de forma lenta mas constante, ao reganho de peso.
Qual a melhor forma de tratar as deficiências nutricionais?
Primeiramente, prevenindo que as deficiências ocorram. O uso de suplementação adequada, planejada de maneira personalizada para cada bariátrico, com avaliações regulares por medico e/ou nutricionista de suas dosagens, associado a uma alimentação equilibrada é a melhor forma de evitar as deficiências nutricionais.
Mas elas já estão instaladas, o que fazer? A reposição desses nutrientes!
E com toda certeza, devido aos fatores de má absorção que o trato gastrointestinal do bariátrico possui, a via parenteral, seja intramuscular ou endovenosa, é a que traz resultados mais eficazes.
Portanto, se você é bariátrico e está sentindo algum(s) desses sintomas, procure um profissional especializado, para melhor avaliação e tratamento adequado.
Outras causas de reganho de peso
Além das deficiências nutricionais, outros fatores contribuem para o reganho de peso no bariátrico, desde a alimentação até desequilíbrios hormonais.
Alimentação
Um dos fatores ligados à alimentação que mais influenciam no reganho de peso do bariátrico é o baixo consumo de proteínas (carnes, ovos, peixe e derivados de leite). Esse baixo consumo leva a uma baixa saciedade e aumento do consumo dos outros macronutrientes, carboidratos e gorduras. Além disso, pode aumentar os “beliscados” durante o dia, o que aumenta muito o consumo calórico, que muitas vezes nem é contabilizado pelo paciente.
O baixo consumo proteico também prejudica a manutenção da saúde osteomuscular, levando a perda de massa muscular e por vezes de massa óssea. Isso aumenta o risco de osteopenia/osteoporose, dificuldade de locomoção, dores e lesões articulares, redução da imunidade, desequilíbrios hormonais e até problemas cognitivos a longo prazo.
Visualmente, essa deve ser a montagem do prato de um bariátrico.
Atividade física
Manter-se ativo fisicamente faz parte do tratamento do bariátrico, não só no processo de perda de peso. É FUNDAMENTAL principalmente na manutenção do peso perdido.
A idéia é para manter um gasto calórico, principalmente após o período da perda de peso. O tipo de atividade mais recomendada é o exercício resistido, de força, visando manutenção da massa muscular ou até hipertrofia, uma vez que a quantidade de músculos do corpo é o que determina a quantidade de calorias gastas pelo organismo.
Sono
Manter uma rotina de sono de qualidade é fundamental para manutenção do peso. Um sono desregulado leva a aumento do apetite, da ansiedade e até do comer noturno. Além disso, pode levar a aumento do estresse e distúrbios do cortisol, que pode levar a perda de massa muscular e aumento da resistência insulínica.
Desequilíbrios hormonais
Bariátricos também podem desenvolver desequilíbrios hormonais, inclusive durante o processo de emagrecimento. Os principais hormônios que podem estar envolvidos no processo de reganho são o cortisol, a deficiência de estradiol, progesterona e testosterona.
Como resolver o reganho de peso?
A avaliação e acompanhamento por um profissional especializado para avaliar deficiências nutricionais, desequilíbrios hormonais e hábitos de vida, e então traçar uma estratégia de tratamento personalizada, seguido de acompanhamento próximo por longo prazo.
Dra. Paloma Nascimento
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas FCM/UPE, pós -graduação em Nutrologia, com experiência com medicina integrativa, tratando obesidade e sobrepeso, desequilíbrios hormonais, deficiências nutricionais, dores crônicas e prevenção de doenças, sempre com uma abordagem individualizada e tratamentos personalizados.